As indústrias de laticínios do Rio Grande do Norte ameaçam interromper o fornecimento do Programa do Leite na próxima segunda-feira, devido ao atraso no cronograma de pagamento firmado com o governo do estado. O acordo previa que a parcela de pagamento referente à segunda quinzena de setembro fosse quitada no dia 3 deste mês, mas “problemas burocráticos” teriam impossibilitado o pagamento dentro do prazo, de acordo com o secretário estadual de Planejamento e Finanças, Nelson Tavares.
“Nós trabalhamos na folha de pagamento (dos servidores estaduais) até o último dia de outubro. E como no dia 1º foi ponto facultativo e houve feriado no dia 2 não houve tempo. Mas estamos fazendo as ordens bancárias, regularizando tudo. Segunda-feira, no máximo, o governo vai enviar a ordem para pagamento. No mais tardar na terça-feira o dinheiro deverá cair na conta dos fornecedores. Vamos pedir ao Banco do Brasil que pague imediatamente”.
Mesmo com a possibilidade de pagamento, as indústrias planejavam se reunir hoje para analisar a possibilidade de suspender o fornecimento ao programa, em sinal de protesto contra o atraso. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Norte (Sindleite), Francisco Belarmino de Macedo, garantiu que todas as indústrias enviaram as informações necessárias ao governo para receber o pagamento, mas ainda assim o cronograma deixou de ser cumprido. “Todas as indústrias prestaram conta”, afirma.
Essa não é a primeira vez que atrasos de pagamento aos fornecedores põe em risco a continuidade da distribuição do leite à população, dentro do programa. Na última semana de outubro, houve praticamente uma semana de discussões sobre o assunto e ameaça de paralisação por parte das indústrias. Na ocasião, o governo do estado e os fornecedores chegaram, no entanto, a um acordo acerca do pagamento. O entendimento se deu após a conclusão de um cronograma. Na ocasião, ficou estabelecido que a segunda parcela referente ao fornecimento de setembro seria paga no dia 3 de novembro, além de ter ficado programado o repasse das duas parcelas referentes a outubro ao longo de novembro e outras quatro durante dezembro.
O Programa do Leite é um dos principais programas socioeconômicos desenvolvidos no Rio Grande do Norte. Por meio da iniciativa, o governo adquire cerca de 150 mil litros por dia de leite bovino e caprino, o que corresponde a mais de 30% da produção de 450 mil litros produzidos diariamente pelo rebanho potiguar, o que é um estímulo à produção, mas não é só isso. O produto é entregue de forma gratuita para gestantes, crianças e famílias carentes. Há cerca de 155 mil beneficiários.
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