O futuro da greve nos Correios será decidida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas só na semana que vem. Ontem, pelo menos 20 dos 35 sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios em todo o País, rejeitaram o acordo firmado pela direção da empresa e o a Federações Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) na terça-feira. Como para encerrar a greve a maioria dos sindicatos deveriam aceitar o acordo, a paralisação nacional prossegue.
Após a quebra do acordo que previa o fim da greve, o TST decidiu encaminhar processo ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para que dê seu parecer sobre a decisão dos servidores continuarem em greve. Foi o que disse ontem o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, depois de confirmado a continuidade da greve.
“Se não houve aprovação da proposta de conciliação, o passo seguinte é o encaminhamento do processo ao Ministério Público do Trabalho para emissão de um parecer para, em seguida, o sorteio de um relator e o julgamento, que poderá ocorrer na próxima semana”, informou. Cerca de 147 milhões de correspondências estão em atraso no país, segundo os Correios. A greve já dura 23 dias.
Após fechar o acordo, que previa aumento real de R$ 80 a partir de outubro e aumento linear de salários e benefícios de 6,87%, e ainda a devolução do valor correspondente aos seis dias de greve que já foram descontados dos trabalhadores em folha de pagamento suplementar, a Fentect recomendou que os sindicatos aprovassem o acordo. No comunicado enviado ontem aos sindicatos, a Federação alertava que já existe no TST jurisprudência desfavorável à categoria em relação ao pagamento dos dias parados e às cláusulas econômicas. Por isso, pediu que a categoria aprovasse o acordo.
Nas reivindicações da categoria, que tem sua data-base em agosto, os trabalhadores pedem aumento salarial linear de R$ 200, reposição da inflação em 7,16% e piso salarial de R$ 1.635. Um dos pontos nevrálgicos da situação é a posição da ECT em descontar os dias de greve. A posição do comando nacional de greve, com isso, ficou delicada junto à categoria. Os sindicatos que rejeitaram o acordo não entenderam o caminho tomado.
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