A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que em 20 anos faltará água para 60% da população do planeta, sendo necessário adotar medidas de racionamento do consumo de água. Nesse contexto, conforme estudiosos da ONU, o Brasil aparece em situação privilegiada por ter grandes reservatórios de água doce, mas em alguns municípios da região Nordeste o quadro de escassez do produto avançou os 20 anos previstos pela ONU.
O município de Antônio Martins, com 7,5 mil habitantes e localizado no Alto Oeste Potiguar, teve decreto de estado de emergência assinado e publicado pelo prefeito Edmilson Fernandes (PMDB) há 30 dias, pelo quadro de escassez de água. O mesmo aconteceu na cidade de Luís Gomes, com 10 mil habitantes, localizada quase na divisa do Rio Grande do Norte com o Estado da Paraíba e administrada pelo prefeito Carlos José Fernandes, "Dedezinho" (PP).
Em Antônio Martins, o açude Porcos, que abastece a cidade, não recebe água de chuva há dois anos; está praticamente seco. Só resiste no máximo mais 30 dias. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) informou que já suspendeu a cobrança da conta de água e atualmente a população já consome de forma racionada. A água chega à cidade em dois carros-pipas e vai precisar de pelo menos mais quatro para atender toda a cidade nos próximos 30 dias.
Em Luís Gomes, o quadro é parecido. O açude Dona Lulu Pinto, que abastece a cidade, não resiste mais de 40 dias com água. A exemplo de Antônio Martins, esse reservatório não recebe água desde o inverno de 2009. "Estamos consumindo água mineral", diz Dedezinho. A distribuição de água na cidade desde abril passado não atende a demanda de consumo da população. A Caern também já suspendeu a cobrança pelos seus serviços e entende que a qualidade da água não é recomendável. Nesse caso, o prefeito diz que vai precisar, nos próximos 40 dias, de 20 carros-pipas para abastecer a cidade e, assim, não de forma satisfatória.
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