segunda-feira, 3 de maio de 2010

Região Oeste registra surto de raiva animal

Os casos de raiva animal na região Oeste se espalharam pelo sertão da Paraíba e Seridó. Em Frutuoso Gomes, o agricultor Sebastião Pereira Nunes, de 49 anos, foi contaminado com o vírus da raiva através da mordida de um morcego contaminado e morreu. Várias outras cidades da região confirmaram mortes de animais com os sintomas da doença. Ontem, a secretaria de Agricultura do município de Patu confirmou que mais de 20 animais já morreram no município.

As amostras coletadas semana passada por Tenório Araújo, do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN - RN), confirmaram que realmente as mortes foram ocasionadas pelo vírus da raiva. Ontem, o secretário adjunto da Secretaria de Agricultura, Edivanaldo de Oliveira Moura Jales, o "Galego", confirmou que outros dois animais estão com os sintomas de raiva e devem morrer. "São muitos casos na região Oeste e Seridó já confirmados", diz Tenório Araújo, do Lacen.

Tenório Araújo explicou que somente na região de Caicó, dos 18 animais examinados, em sete os exames confirmaram a existência do vírus da raiva. "Eram sete morcegos. Este é o principal transmissor da doença na região Oeste também. Em Frutuoso Gomes, Antônio Martins, Lucrécia, Almino Afonso e Rafael Godeiro, o vírus da raiva transmitido pelo morcego hematófago já matou outras dezenas de animais bovinos, caprinos, equinos e suínos.

A raiva é uma doença infecciosa viral que afeta, unicamente, animais mamíferos. Ela envolve o sistema nervoso central, levando a óbito em pouco tempo, caso o paciente não tome as providências necessárias logo após a exposição. O responsável por esta zoonose é um RNA vírus pertencente à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, presente na saliva do animal doente.

Este, ao morder, arranhar ou lamber mucosas ou regiões feridas, pode transmitir a raiva a outro indivíduo – inclusive humano. No caso da raiva humana, os cães são o principal reservatório da doença. Entretanto, raposas, morcegos, lobos, antílopes, gambás, furões, dentre outros são, também, responsáveis. A única forma de transmissão conhecida, de um humano para outro, ocorre via transplante de córnea.

Após o contato com seu novo hospedeiro, o vírus se multiplica e penetra no sistema nervoso, afetando cérebro, medula e cerebelo. O período de incubação varia de um mês a dois anos após a exposição e a morte ocorre pouco tempo após o aparecimento dos sintomas.

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